Mais um mês distante do Willy
E lagrimo a ler José Luís Peixoto que grafou aquarelas à
cidade do Porto cravada dentro do meu olho existindo como pupila
Escuto os fogos do dia de São João e agrada-me o rio
Avisto um leopardo a perambular pelo calçadão e é só uma
tatuagem na perna de alguém como no texto de Caio F
O melhor carro nacional passa do meu lado e acho coisa pouca
A mulher magra até elegante fuma seu cigarro, anda com
passinhos de desfile, para em frente ao mercado e bate a cinza na lixeira – observa
o céu cinza; trago um pensamento: quiçá o momento equivalha para ela como o
mais vivo do dia
O sino da Catedral badala marcando dezoito horas e ainda são
dezessete horas e cinquenta e seis minutos
O cheiro da pipoca doce penetra meu olhar salgado, uma saudade
dele quase improvável aquece-me o paladar
Débora Corn