terça-feira, 21 de junho de 2011

Passo no Paço


para o amado amigo Tuti


Passo no Paço amanhã pra te rever
Olhar de perto seu sorriso
Que me leva a passar no Paço

Passando pelas escadas, pelas salas,
Pelo café vou te encontrar
Com suco na taça somos finos
Como a cidade

Não passa sem percepção esse dia
A tarde passa e a gente no Paço
Em Passos de Liberdade as horas passam
Passam olhares por nós
Passam minutos ao som do piano
E a cheiro de café
Passo aqui só pra te notar

Tomamos café com cheirinho de boas coisinhas
A amizade é um guardanapo bordado
Uma taça transparente que não despedaça

Amizade é uma estória engraçada que se inventa
Olhando a borra de café na xícara
Passa por mim no Paço com cheirinho no pescoço
Garçom! Passa o café no coador e traz pra mesa com toda sua gentileza
Eu e meu amigo temos risadas para a tarde inteira

Passa a mão na gola da minha camiseta
Não passe raiva, passe um sorriso pra pessoa do lado
Assobia uma cantiga no Paço
Passa seu olhar pela sala
Passe na frente do Paço e elogie o canteiro
Colorido de branco e preto

Passo eu, passa você a calça
Passa ele pelo Paço
E amanhã faço uma poesia pra você
Vamos ficar aqui passando por esses segundos
No Paço que a amizade aumenta


Passo no Paço
Débora Corn

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nós Curitibanos



Nesses dias de céus azuis extremamente belos com o sopro gelado nas ruas, fiquei pensando no charme que é ser curitibano. Com nossos cachecóis e balanços naturais de pernas que varia de curitibano para curitibano. Um conhaque com chocolate para acender os olhos na fria escuridão que chega às seis da tarde. Óh terrinha bonitinha essa nossa Curitiba. Curitibanos, o que somos? Somos os típicos mal-humorados? Não. Depende de qual curitibano você se refere. Curitibanos são raros e dão um sorriso com o coração quando realmente gostam de alguém. É claro, o fechadão também é um tipo de curitibano, mas fechadão existe em qualquer cidade e não falaremos disso agora. Comentaremos sobre o charme sim o charme novamente de ser curitibano. Um charme delicado como luva, elegante como um casaco até os joelhos, amável como cada pedacinho que nossos olhos viajam em Curitiba. As risadas nas esquinas, o passeio nas praças, o sol no parque, um passeio pelo lugar preferido, um café na tardinha, o pôr-do-sol visto lá do alto... A parada para escrever entre a correria, que todos falam, todos comentam e eu sei bem como é. Parada aqui também para ouvir os pássaros e falar de mim de você curitibano.


Ps. Ah, sim, não mencionei eu não sou apreciadora do inverno rigoroso. Meus amigos estão sem cabelo, para não usar aqui o clichê, carecas, de saber, mas estão. Mas, se o verão tem todas suas cores e suas pernocas a mostra. O inverno, eu devo admitir, têm, têm... Seus cobertores macios com cheirinho, com cheirinho também os abraços mais calorosos, têm os olhos brilhantes na noite gelada e negra.


Nós Curitibanos
Débora Corn