domingo, 29 de agosto de 2010

Amor de compositor



Eu quero um amor de poeta
Um amor de compositor
Não tenho nenhuma meta
Só quero dele o amor.
A acidez do limão de todo dia
Com ele doce morango pareceria.
Um amor de linhas quase perfeitas
De receitas ás vezes refeitas
De bolo de chocolate
Glacê, laranja e chá-mate
Amor de música para a amada
De sonetos para a apaixonada

Diga que me ama
Seja meu poeta.
Seu coração explode!
Arremesse rosas na minha janela.
Meu paladar degusta em versos
A nova composição.

Por dia um blues e um poema
Na Barra, Bombinhas ou Ipanema.
Uma canção na cidade de Natal
Deixa meu peito num repente
Num batuque, num carnaval.
Em sonho beijo-o serenamente.
Meu compositor responda meus apelos
Mande as cartas, coloque os selos.
Chegar ao coração do poeta
Essa irremediavelmente é a meta.
Suspirar pelo lirismo do poeta é fato
De admiração, amor e vida, o mato.

Amor de compositor
Débora Corn

Até amanhã não pensarei em você





Não pensarei em você, até amanhã.
Te mando e-mail você não responde
Te dou meu celular você nem liga.
Não quero mais sua pele
Guarde seus sorrisos.

Encho-me de trabalho
Saio depois do horário.
Mas hora ou outra o pensamento
Foge até sua pessoa
Hoje não quero saber se você está
No Maranhão ou Lisboa.
Pior, é que você nem sabe
Que sinto saudade.
Escuto Pixinguinha
Que sina minha.
De te amar mais que preciso.
Mando-te o último aviso:
No meu acervo de livros você
Já não é minha leitura favorita.
Seus olhos nunca brilharam tanto
Como ontem na bodeguita.
Os meus já não são mais pranto.
É... Você continua um encanto.
Te tomei, te bebi...
E até amanhã,
Finjo que te esqueci.


Até amanhã não pensarei em você
Débora Corn

domingo, 22 de agosto de 2010

Câmera ideia






Tenho ideias tão malucas, sempre tive. E essa é mais uma delas. Um dia tava pensando porque não fazer um programa que cobre eventos culturais, mas sem rótulos, irreverente, com vários personagens? Huh? Dois dias depois eu estava indo encontrar Juliano Martins, ator, um querido amigo, iriamos conversar sobre um outro projeto, uma peça teatral. E quando cheguei lá, pensei: Ah! Nem vou falar dessa ideia p/ o Ju, é muita doidera. Depois que falamos do outro projeto, pensei novamente, ah, vou fala p/ o Ju da minha ideia só pra gente rir... Contei pra ele! E ele... Anunciou: Nossa! E eu esperando a gargalhada. E ele: Adorei... Podemos fazer assim e depois isso e mais isso e aquilo também... Assim nasceu "Câmera Ideia" que tem ideia até no nome e já de ortografia nova. Já temos 16 episódios da 1a temporada. E logo, logo teremos novidades muitas novidades.



DÉBORA CORN como LEILA
JULIANO MARTINS como PAULO

EM

CÂMERA IDEIA

Câmera ideia é um programa que cobre eventos culturais no Brasil e no mundo. Entrevistamos as pessoas, corremos atrás de artistas, muitas vezes famosos, outras vezes atrás de ainda não famosos tão artistas quanto. Lançamos charadas, damos dicas inusitadas... Na verdade nos divertimos seriamente com este programa de ideias loucas.


Episódio especial do @cameraideia internacional com Luiz Fernando Bracho http://www.youtube.com/watch?v=qx9MGn5HLdc

Luiz Fernando Bracho ator de dramalhão mexicano, ele mesmo!

Ainda Silvio Monserra direto da Austrália, Leila famosa e Briga de Leila e Paulo...
Tudo na 1a temporada
veja todos no you tube mais perto de você!

e siga
http://twitter.com/CameraIdeia

Quando nos encontrar nas ruas da cidade ou até mesmo nas ladeiras do pelô do largo da ordem... PARE, SORRIA E GRITE: "MÃE, TÔ NO CÂMERA IDEIA".



Siga-nos, nos adicione, fale fale fale, nós adoramos!

Arte é meu trabalho!




Não faz isso, amigo/ Já se sabe que você/ Só procura abrigo/ Mas não deixa ninguém ver/Por que será? (Marcelo Camelo).
Porque as pessoas insistem em achar que arte não é trabalho? Que a gente vive de brisa ou algo do gênero? As pessoas não interpretam que arte é trabalho e afazer intenso. Não deduzem quanto um ator, um cantor, um poeta, qualquer legítimo artista atura para driblar a sociedade que não raciocina arte e não a estima. É inegável, que por outro fluxo cada dia eu encontro sonhadores artistas como eu, graças ao Universo! Ponderei em chutar o recipiente, escrever algo, mas lendo Maiakósvski, um poeta de muita influência nas minhas escritas, descobri que ele já havia escrito o que eu queria dizer...
Grita-se ao poeta:
“Queria te ver numa fábrica!
O que? Versos? Pura bobagem”.
Talvez ninguém como nós
ponha tanto coração
no trabalho.
Eu sou uma fábrica.
E se chaminés
me faltam
talvez seja preciso
ainda mais coragem.
Sei.
Frases vazias não agradam.
Quando serrais madeira
é para fazer lenha.
E nós que somos
senão entalhadores a esculpir
a tora da cabeça humana?
Salve Maiakóvski!
Meu caro amigo me perdoe, por favor/Se eu não lhe faço uma visita/ Mas como agora apareceu um portador/ Mando notícias nessa fita/Aqui na terra tão jogando futebol/Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll/Uns dias chove, noutros dias bate sol/Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta/Muita mutreta pra levar a situação/Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça/ E a gente vai tomando e também sem a cachaça/ Ninguém segura esse rojão.Chico Buarque, o soberano, compôs, cantou e canta: Que a coisa tava preta. Caro amigo, a coisa ta preta; na vida, na sociedade, na arte. Se eu fosse petulante poderia pronunciar: Despertem indivíduos! Que indagam: Mas vai pegar folgas do que? Esbugalhando os olhos fadigados de viver. E quando minha réplica joga nas bochechas roxas de frio do dito-cujo: Férias da minha temporada da peça; férias de dar aula; férias de criar dia e noite personagens novos; férias de escrever pontualmente; férias de ensaiar dias e dias e noites; férias de gravações noite a dentro, nos feriados, nos fins de semana, no aniversário da mãe, no casamento do amigo; férias de fazer projetos, pensar projetos, ser projetos... Finalmente, caro, férias ininterruptas, se assim o mundo girar da forma adequada de pessoas como você que sentam a bunda na cadeira o dia todo e não são afortunados com o que fazem e crêem que trabalho só é aquele que faz a pessoa ficar jururu, não é isso? Ah, mas eu entendi sua colocação, peguei mesmo, você me vê sempre radiante com meu trabalho, parece que estou sempre de férias não é mesmo?(Pausa) Nesse instante, o indivíduo gagueja, (pausa) novamente atropela as palavras e não reage à bordoada na cara pálida dele sem bolsa ou qualquer objeto, será que ele refletirá? Desculpe oneroso conhecido, mas,"Só a arte salva a vida!"(Dostoiévski). Se você não possui conhecimento disso e presume que Shakespeare só escreveu, Romeu e Julieta, na gloriosa dramaturgia dramática dele. Recolha-se para sua casa, tome um banho e vá dormir, sem pretensões para o amanhã como você já vem fazendo. Desejo-te felicidade com esse pouco. “Mas muito pra mim é tão pouco/ E pouco é um pouco demais/ Viver tá me deixando louco/ Não sei mais do que sou capaz” (Moska).

Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski
Na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como o cão que sai a passear
Com o seu dono alegre
Sob o sol de domingo...
(O poeta, Baleiro)

domingo, 15 de agosto de 2010

Na sua língua, uma poesia






Recebi as pétalas de rosas.
Na sua língua uma poesia.
Cuide bem da minha
Roseira e da laranjeira.
Sua língua lírica
Me embala nessa noite.
Nesse interminável
Inverno curitibano.


Na sua língua, uma poesia
Débora Corn

A amizade balança como as árvores


Esses dias eu vi uma entrevista com José Wilker. E ele disse uma coisa que eu já havia comentado com meus amigos nos cafés de terça ou de quinta-feira nas tardes ensolaradas no nosso coração. Bom, fato é que Wilker disse: Amigos são aqueles que já não se vêem há muito tempo e quando você os reencontra parece que a conversa, o bom papo, parou e recomeçou não faz nem cinco minutos. Isso é tão curioso; e hoje nesse domingo frio, mas com um sol admirável, me encontro num refúgio de escritora, na varanda de minha casa, viajando com as brancas nuvens pra lá e pra cá, entre um riso e outro por causa das travessuras do Joey, meu felino, penso aqui e ali nos meus amigos entre uma música e outra. Tenho ventura de ter os melhores. A gente vai e vem e a vida nunca nos separa, no inverso cada vez nos unifica além do que já tínhamos. Alguns dos melhores amigos estão fora do país, em outras cidades, alguns aqui, mas a vida de sonhos ligeiros e obrigações às vezes nos separam por longas estações. Mas quando nos reencontramos num aeroporto em qualquer lugar do mundo, ou naquele restaurante, onde, várias histórias já ocorreram, ou ainda na nova casa ou apartamento de algum de nós... Tudo é absolutamente idêntico. A conversa flui como se nunca ninguém tivesse ido... E voltado. Como se nunca nenhum de nós tivesse deixado a sala por nem mesmo dois minutos. A amizade balança como as árvores, esquenta como esse sol de domingo, que entra devagarzinho pela janela e beija nosso rosto com todo carinho.

Débora Corn

domingo, 8 de agosto de 2010

Vou torcer





Ficar pra sempre
É muito tempo.
Mas posso ficar
Até amanhã de manhã.

Vou torcer a camisa
Vou torcer pra que
Amanhã seja sempre hoje
E que a lua nunca feche os olhos.

Vou torcer
Débora Corn

Diz que sou má





Vou te oferecer um chá
Pra provar que não sou má.
Eu não sou sem virtude, malvada
Só não tolero essa sua cara lavada.

Depois que massagear meus pés
Poderá, talvez, tomar dois cafés.
Leia pausadamente Baudelaire
Enquanto como doce de colher.

Vá buscar as cerejas, pra meu drink
Passe rápido, minha saia pink.
Vou dar uma longa volta pela cidade
Ir aos bares, conferir minha popularidade.

Quando eu voltar, poderá me ver dormir
Talvez, então, pra seus olhos eu possa sorrir.
Amanhã lave todos os vidros
Guarde seus ternos coloridos

À noite assistirei ao quarteto
Compre de Vinícius um soneto
Já que você não é bom com as palavras
Então, talvez, eu não fique mais braba

Você repete, diz que sou má
E que faço você chorar.
Isso é uma bobagem sua
Não lhe proibi de ver a lua...


Diz que sou má
Débora Corn

Minha avó me deu um fio dental


Os tempos mudam e se você ficar vivendo da semana passada, o trem passa por cima dos seus trilhos... Seus trilhos que digo, não são "seus" do trem, são "seus" de você mesmo, meu caro leitor. Semana passada, recebi um presente da minha avó, numa caixinha simpática, meiga de florzinha, até aí tudo absolutamente normal. Abro a meiga caixa. Dentro dela... Um fio dental! Meu ilustre leitor, não era um fio dental para os dentes... Era um fio dental provocante e sexy! Minha avó não vive de ontem... A véia (e isso é um elogio na melhor gíria) vive de hoje e vive cada segundo mágico assoprando minutos novos... Eh! Doce Véia!

domingo, 1 de agosto de 2010

Nos braços do poeta




Me lanço nos braços do poeta.
Com suas mãos sinceras
Sua boca lúdica
Seu peito inflamado de paz
Seu olhar que mesmo sem dizer nada, diz.
É melódica a sua alma.
Meu amor, minha paz, meu poeta.
Gela meu coração quando me olha.
Posso chorar de madrugada
Somente por lembrar sua voz.
Sua risada escondida toda vez
Que abro a porta.


Nos braços do poeta
Débora Corn

Meu blefe





Te amar é meu blefe, te seduzir é meu pecado
Seu gosto é meu desejo, se você fala pra eu não ir
Aí que eu vou, sua boca na minha.

Mentir é te ter, te ouvir é meu dom
Te comer é minha fome, se você fala pra eu ficar
Daí que corro pra seu ombro, sua boca é a minha.

Minha loucura é ser sua, te procurar é meu delírio.
Chegar à sua casa é fácil, se você não quiser que eu entre
Aí, já fechei a porta, sua boca é minha.

Meu blefe
Débora Corn

Ten years without Harry!




I ask myself: Why don’t people like changes? On the other hand, I dislike routine. Well, ‘course there’re many people like me that love adventure. But what I want to say today is: Change your mind about your convictions. Stay tuned! Thank God, we can alter our ideas all the time. And now, you ask yourself: What has Harry Potter to do with it? Well, because I didn’t enjoy Harry. Once I watched Harry Potter on the cinema and I fell asleep, yeah! It’s correct! Since that day, I thought that Harry was uninteresting … Then, a couple of months ago, I tried Potter once more… Ohh my dear God!! Why did I wait ten years? Hahaha! It’s just fantastic! That woman, JK Rowlings, create the wonderful and imaginative world! And the production, director and actors, they’re splendid! The children, now adults, were so cute speaking with British accent! And these actors (the children) have worked since they were eleven, can you imagine that? Ohh holy Christ! Good acting since they were eleven! OMG! The character Harry is a kind of virtuous person then I like so much, because he isn’t a fool guy, he’s fair with his enemies, but he isn’t an idiot… Thank God twice! Haha! Well folks, never stop your mind for great stuffs, modify yourself… And don’t be afraid and say out loud: I changed my dialogue! Haha!

Débora Corn