sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Despeço-me



Me despeço de ti
Sem despedaçar-me
Sigo com outro a partir de hoje
Desta noite
Com outras músicas dançarei
Boa noite
Vá...
Acaba por aqui
Foi intensa a relação que tivemos
Desde o primeiro dia
Dias nublados também choveram por aqui
Deixo tudo isso para trás
Sei que com o outro
As coisas serão delicadas
O vento já toca as bochechas
Dizendo: É hora de sorrir aos novos dias
Deixo-te sem pesar
E com a certeza de que tudo foi feito
Não tenho mágoas
E as flores já se abriram em cores
Para receber o novo amor
Ele vem em suaves tons
Em danças alegres
Em cantos sorridentes
Em paixões sinceras
Em saúde da alma
De alma feliz
Boa noite 2010
Durma com melodias
E com a felicidade
De ter sido amado

Despeço-me
Débora Corn


Come on Wonderland! Come on Baby!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sem a pena na mão





To mais esquecida que os times da segunda divisão
Mais sensível que um coquetel de signos “água”
To chorando mais que protagonista da novela das oito
Mais carente que um viajante solitário em Paris
Mais nostálgica que um vídeo de formatura
Sem açúcar estou como sobremesa diet
To mais triste que o carnaval curitibano
Me sinto acumulada como o mundo.

E a transformação do trovão
Em trova, ta mais demorada
Que missa comemorativa.

Estou mais de saco-cheio que motorista paulistano
Com mais preguiça que um folião na quarta de cinzas
Mais mexida do que quando ouço “Elephant Gun”
Mais decepcionada que mulher de malandro
Espremida estou, como pasta de dente no fim
Mais emocionada que letra de samba
To derretida como picolé no calor
Mais sem afeto que um canalha

No escuro estou como um
Poeta sem a pena na mão

To mais entediada que criança em dia de chuva
Mais consumida que champanhe em novo ano
Tão violada, como quando se é traído por um amigo
Mais escondida que ganhador da mega-sena
Sem voz como os que acreditam no amor
Tão chateada, quanto o vice-campeão
Mais impaciente que noivo no altar
Parada estou como boate fechada
To péssima como sertanejo pop

Não tenho nada pra dar
Quero dormir dentro de mim.


(Sem a pena na mão)
Débora Corn



With or without you
With or without you
I can't live
With or without you

U2
Composição: Adam Clayton / Bono Vox / Larry Mullen Jr. / The Edge

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz natal - merry christmas - feliz navidad


Hoje é um dia de abrir a porta da casa, deixar a sensibilidade falar no ouvido, cantar com os amigos, quem sabe dançar livremente, girando, flutuando, respirando fundo o ar leve... Dia de dar licença a comilança, sem sentir peso na consciência pois é Natal. Dia de receber os familiares, dia de caetanear, chicanear, baileirar, johnear, amar, amar, amar... Quero desejar Feliz natal, merry christmas, feliz navidad com uma canção que tem uma poesia linda... Que me fez refletir e talvez faça-te bem também, confira... E como quase sempre digo se puder vá ouvir.




Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz.
Sem tirar o ar, sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz.
Se chorar, chorar é vão porque os dias hão pra nunca mais.

Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.

Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.
Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.

Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
/Dançar na chuva quando a chuva vem./ (4X)



Felicidade
Marcelo Jeneci
Composição: Marcelo Jeneci/ Chico César

domingo, 19 de dezembro de 2010

Artisticamente vamos sambar


A little light never hurt nobody,
Send up your ray of sunshine.

Oh, if this little light of mine
Combined with yours today,
How many watts could we luminate?
How many villages could we save?
And my umbrella's tired of the weather,
Wearing me down.
Well, look at me now.

Sunshine Song
(Jason Mraz)




Soneto assobiou
A letra disse: arrasa!
A palavra cantou o refrão
Idílio trouxe o pandeiro
Alegria deixa com nossa poesia
Pastiche fica com as sandálias
Poema já ta na avenida
A pena ficou sem tinta
Foi procurar a harmonia

O livro sem nada pôs o sapato branco
Crônica pensou, quis ir junto
Os dramas quiseram ir com as comédias
A melodia é a porta-bandeira
A tragédia mascarou-se e veio sambar
A ode dedilhou o cavaquinho
A prosa se enfeitou e dança de bata
O conto colocou o velho chapéu

Shakespeare
Maiakóvski
Machado de Assis
A honra é nossa!

Todos os tambores querem anunciar
Que o rock'n roll chegou com a toada.
Os toca-discos de bermuda estão tão jovens.
A tocata abre os braços no meio do repique.
O mistério não para de contar as novas
Romanceando o ritmo de seus dias.

O tecladinho da infância, se acha parecido
Com o piano de cauda e veio pra rua.
O gibi mofado pensa ser best-seller.
O fado não quer sair de perto do samba.
A composição se dividiu, mas
Encontrou-se no meio do desfile
Rodopiando, rodopiando, rodopiando...


Artisticamente vamos sambar
(Débora Corn)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mereço




Não deixe que o frescor da poesia passe
Passe sem deixar rastros
Sem molhar a terra
Sem relaxar o corpo
Acalenta coração
Acalenta-te!
Já é passada a hora
De ficar sereno
Vivendo belamente...
Acalenta peito
Refresca a brisa
Acalma-te belo coração
Tudo vem vindo
Vem vindo gentilmente
Vindo vem...
Belamente te acalenta coração
Beleza não te falta
Acalma-te tu que és tão belo
Volte a viver – já – agora
Belamente acalentado
Docemente belo
Como és


Mereço
Débora Corn

domingo, 5 de dezembro de 2010

Basta sentir





Palavras são tantas
E tantos momentos
Que só basta sentir

Descobrir um velho poeta
Beber a primeira chuva de janeiro
De novo amar o novo
Me emocionar toda vez que lhe vejo
Desejo que se renova a cada noite.

A minha voz que se vai pelo ralo
Toda vez que me pergunta algo.
Sem música dançar contigo na livraria
Derrubar todos os livros
Pois, nesse aconchego, não há
Palavra que baste.


Basta sentir
Débora Corn