terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Mordida ou porque hoje é sábado

Ela que era eu mesma comia cerejas ou amoras para chamar-lhe atenção. E conseguia. Ele me apareceu ontem loiro como sempre atraente como de costume, na rua onde conheci meu primeiro amor que é um dos melhores amigos dele. Quando o vi a primeira coisa que pensei foi que o menino de cabelos enrolados a seu lado era sim meu amor primeiro, mas não era. Já passava da meia-noite e ele me encarou com o olhar de toda ocasião e percebi dessa vez um charme ainda maior na totalidade dele. Uma beleza clara, despojado no jeito de se vestir, mas um pouco tímido no jeito de ser. O cabelo preso bem loiro, bermuda da cor desses dias azuis. Hoje sentada na varanda, aquecida pelo sol. Tirei meu chapéu ao lembrar-se de poemas e anedotas da noite passada. A cor branca dele faz um turbilhão de coisas mexerem no meu corpo. As mordidas na cereja ou amora mexiam um turbilhão de coisas nele também. Os olhos zanzando pelos arredores, fechavam a cada mordida que eu dava. Como era o olhar? Tentava me recordar exatamente como era o olhar dele. Era doce extremamente bobo, entretanto avassalador e cruel. Débora Corn

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