sábado, 19 de abril de 2014

Caetanear na sexta-feira santa

No reencontro de hoje permanecemos a nos olhar por um pouco menos de uma hora ou quem sabe um muito mais de trinta minutos: houve sorrisos, goles no vinho, pétalas. Desejar-te desde sempre. Não continha palavras, existia um diálogo profundo.
Coisa linda. Há quatro ou três páscoas nos conhecemos, ele foi anunciado na sexta e apareceu no domingo; minha páscoa havia nitidamente ressuscitado!
Eu tinha a toalha na cabeça, saía do banho, o dia ainda novo, as roupas no varal nublavam a visão para o outro lado, tirei uma peça para pendurar a toalha e ele estava ali no clarear do oposto como quem esperou naquele lugar a vida toda e um plimplim se realizou, um farol na tarde que chegava.
Sem esforço a conversa atravessou a noite e o luar nos cobria de estrelas.
Ele envolvia-se com o cobertor, colocava-o na cabeça e ficava ainda mais encantador. Os olhos eram carregados de emoções uma alegria no meio das flores.
Num dia qualquer tudo expirou.
Desprezei-o. Entretanto ele trazia uma promessa de desejar-me desde sempre. E com atitude ele sincronizou um eterno querer no meu peito. Talvez até uma ideia enlouquecida; conquistou meu respeito, tem meu olhar, realidade de luar, de pétala.
Débora Corn

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