
Não aguento mais
Com a pena na mão
Me rendo
À sua poesia de brincante
Ao dia de verão
À sua cor morenada
Me rendo
Às flores deixadas no portão
Aos brancos pombos da tua paz
Rendo-me
Ao seu fino terno de linho
Ao seu doce caldo de vida
Me rendo
Agora
Amanhã
E depois
À sua frutífera laranjeira
À sua visita passageira
A seu tchau com certeza de volta
A seu beijo possível
Rendo-me
À lua do dia
Ao sol da noite
Às estrelas vespertinas
Aos cometas do ano que vem
Aos fogos de Copacabana.
Renda-se amado
À renda do meu vestido
À renda per capita do país
Ao rendado de dias
À sua rendeira de sonhos.
Ah, eu me rendo
Ao seu aguaceiro de ciúme
Ao seu aguado de palavras
À água-de-colônia do seu pescoço.
Me rendo
Débora Corn
me rendo me rendo...
ResponderExcluirUau