domingo, 22 de maio de 2011

Doutor quanto tempo eu ainda tenho de vida? - Alan- Ruivo- Existe


A penúltima peça que escrevi se chama: Doutor quanto tempo eu ainda tenho de vida? Breve em um teatro perto de você. No final do relato confira a sinopse. Mas não falarei tanto da peça hoje, mas sim falarei de um dos personagens, O Alan. Na verdade, também não é sobre o personagem em si. É sobre o que então? Você, leitor, poderia me perguntar, e eu respondo é sobre o personagem que eu inventei ruivo, sim ruivo, e que nessa semana, talvez na passada, tive os olhos estalados, por ver que o cara, a Persona Alan, existe. E eu nunca o tinha visto mais Alan. Quando eu escrevi a peça, lógico eu pintei na minha mente a cor da pele, o jeito de falar, andar, olhar... A presença desse personagem, a força, as cores que ele usaria o charme e a perfeição desse homem para a mulher que o ama. Pois então, estava eu numa aula qualquer, em um dia com a turma cheia e divertida, cheguei atrasada, cumprimentei todos os meus amigos e tinha um casal lá que eu não conhecia. Apresentaram-me ao casal, até aí tudo beleza, o que sucedeu minha gente brasileira e do mundo é que comecei a conversar com eles e de subido meus olhos pararam de piscar tão rápido por alguns minutos quando comecei a reparar que o cara era a encarnação viva, vivinha, do personagem que eu inventei. Tudo, tudo, tudo... O jeito de tomar suco, o estilo de se referir as pessoas, a gentileza com a mulher, a delicadeza não demasiada, tudo era o Alan escrito, nesse caso, escrito por mim e a mulher dele ainda completou o personagem dizendo o quanto ele era sincero e quanto ela o amava. (Não sei nem porque a mulher, que nem me conhecia me contou tudo isso, mas eu estava adorando e ouvindo atentamente tudo o que ela falava sobre o meu personagem vivo. (Pausa para uma risada aqui). E ela também como a minha personagem, Helen (que é loucamente tomada de uma paixão pelo Alan na peça) na vida real, a mulher do Alan de verdade, também é só coração para o Alan dela. Eu estava incrivelmente chocada por encontrar meu personagem andando vivo por aí, e o mais maluco, louco mesmo, vocês ainda não sabem... Quando o homem abriu a boca para dizer o nome dele... Eu quase me engasguei com a água que estava tocando minha língua e toda minha boca... Alan, ele disse, se apresentando. O nome do cara é Alan. Minha nossa, eu vou fazer outra pausa. Pronto! Vamos retomar, não é todo dia que se vê isso, não é em qualquer esquina que se assiste seu personagem saltar das páginas escritas, para uma aula qualquer no meio da semana. Ahhhh e que coisa mais interessante! E a mulher do cara? Vocês podem me perguntar, qual o nome dela? Helen? Não, aí seria um exagero do universo, colocar o meu personagem casado com a Helen (minha personagem). Nesse fato, eu teria que procurar uma câmera, porque aí ia ser uma pegadinha do malandro, do faustão, ou qualquer uma dessas pegadinhas todas.
Ah, e você ainda poderia perguntar: O Alan da realidade é ruivo? Pois é, meus queridos, ele não era, mas também quando você for ver a peça, você entenderá que ele poderia na realidade, em realidade, ser ruivo ou não. Na peça todos os personagens usam perucas é uma temática de encenação que eu arquitetei quando escrevi. Descubra tudo isso e muito mais em Doutor quanto tempo eu tenho de vida? Breve impresso e num teatro aí do seu ladinho.

Débora Corn


Sinopse:

Helen mais uma vez se encontra só. Abandonada por Alan, um homem perfeito... Será invenção ou verdade toda a docilidade desse homem? É nesse contexto que a ajuda do Doutor se faz necessária. Com um humor nonsense os personagens estão sempre digladiando com a emoção e a razão. No decorrer da história não sabemos mais quem é razão e quem é emoção. A peça possui pontos em comum com o teatro do absurdo, mas parte para outras estéticas, a peça também critica sutilmente o modo com que a sociedade quer que todos sejam normais. Normais com o mesmo rótulo grudado na cintura, sem opinião, sem sonhos.

Texto: Débora Corn

7 comentários:

  1. Hey, Deb!

    The same thing has happened to me many years ago. When was a teenager, I used to spend most of my days and nights locked into my bedroom, drawing. One day I noticed some sketches that I had created using nothing but my imagination and some crayons, suddenly come to live, walking on the streets, and I must confess, I've panicked.

    Have you watched this short film, The Image, staring a very young David Bowie in the beginning of his career? It's got everything to do with your post and my neurosis: http://www.youtube.com/watch?v=5lV75LN9uLA

    Big kiss, dear. Cheers!

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  2. hey Stell,

    when I saw Alan alive, ahahaha, I got a curious feeling... I was proud of myself, kkk I don't know why exactly... Maybe 'cause he's a great picture that I imagined! Well, I don't know... But, I was really happy, but when he said his name, I said to myself: No panic, it's ok! kkkkkkkk can you realize that?? The same name... And I've just watched The image and I'm afraid of this character, thank God my character is a lovely one, ahaha!

    big kiss, Slainte!

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  3. Have you watched a film called Stranger than Fiction, with Will Farrel and Emma Thompson? (http://www.youtube.com/watch?v=pvNYzlScr_A) It also deals with this idea of meeting our characters "alive and kicking". It's a great comedy, I'm pretty sure you're gonna like it.

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  4. no, I haven't! And I couldn't watch now, 'cause the link didn't work... but I go for it, for sure, thanks for the tip.

    kisses!

    Alan's "alive and kicking". hahuahauhauua

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  6. Seems like you teared up reality!... Well, I've heard of things like this, but your story is truly amazing!... When you write fiction, you are always dealing with the possibility of finding these crazy links to reality, or even these sort of holes, as if you could write reality yourself! Like building it up! Don't wanna sound mumbo jumbo, I don't think it's a supernatural thing, I think this is a matter of feelings... Hugs, Mrs. Corn!...

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  7. it's a crazy and amazing story, isn't?
    And yeah, I think so, when I write fiction, I really feel like I'm building something, I'm building my little world. And it comes from reality for sure... and then "I can write reality myself" (I love it!) Hugs Mr. Pinheiro

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