domingo, 8 de agosto de 2010

Diz que sou má





Vou te oferecer um chá
Pra provar que não sou má.
Eu não sou sem virtude, malvada
Só não tolero essa sua cara lavada.

Depois que massagear meus pés
Poderá, talvez, tomar dois cafés.
Leia pausadamente Baudelaire
Enquanto como doce de colher.

Vá buscar as cerejas, pra meu drink
Passe rápido, minha saia pink.
Vou dar uma longa volta pela cidade
Ir aos bares, conferir minha popularidade.

Quando eu voltar, poderá me ver dormir
Talvez, então, pra seus olhos eu possa sorrir.
Amanhã lave todos os vidros
Guarde seus ternos coloridos

À noite assistirei ao quarteto
Compre de Vinícius um soneto
Já que você não é bom com as palavras
Então, talvez, eu não fique mais braba

Você repete, diz que sou má
E que faço você chorar.
Isso é uma bobagem sua
Não lhe proibi de ver a lua...


Diz que sou má
Débora Corn

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